Sinal de Lasègue

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Sinal de Lasègue

Sinal de Lasègue – Como Saber Se a Dor é do Nervo Ciático?

O Sinal de Lasègue é um exame clínico utilizado para avaliar a irradiação da dor pelo nervo ciático em pacientes que relatam dor lombar e/ ou dor ciática. A região lombossacra pode ter variadas causas de dor e quando o especialista em coluna realiza esse teste, é possível constatar na clínica se a origem é o nervo. Contudo, exames adicionais são solicitados, principalmente os de imagem, para reforçar o diagnóstico e verificar a extensão do problema.

O Teste de Lasègue também é conhecido como Teste do Estiramento do Nervo Ciático e recebe o nome do médico francês Charles Lasègue, que o descreveu pela primeira vez no século XIX.

Sinal de Lasègue: como é feito o teste?

O Teste de Lasègue é um procedimento simples realizado pelo especialista da coluna e consiste em solicitar ao paciente para deitar-se relaxadamente de frente (barriga para cima), com as pernas estendidas. O médico fará um movimento de elevação da perna para detectar a dor lombar causada pelo nervo ciático (dor ciática).

O objetivo do exame é averiguar certa dor ou desconforto no trajeto que o movimento de elevação da perna pode causar quando há compressão ou inflamação do nervo ciático que podem ter várias causas, principalmente a hérnia de disco, que quando se apresenta de forma aguda, o teste costuma ser positivo em quase a totalidade das vezes.

O nervo ciático se inicia na região lombar, no final da coluna, percorre a região glútea, posterior da coxa e joelho e se ramifica em nervos menores até a região dos pés, podendo causar dor em toda essa extensão. A interpretação do Sinal de Lasègue é baseada na presença ou ausência de dor durante a elevação da perna.

Ao realizar o teste, se o paciente manifestar dor lombar, pode sugerir uma origem mais proximal, como uma hérnia de disco ou protusão e abaulamento discal.

Se a dor ciática for principalmente nos membros inferiores, significa uma inflamação ou compressão do nervo ciático que irradia, mas com origem na lombar.

Desta forma, podem-se observar os seguintes resultados no Sinal de Laségue, conforme a elevação da perna:

Ausência de dor

Se ao elevar a perna não houver relato de dor, significa que a condição apresentada pelo paciente não tem causa no nervo ciático, devendo-se investigar outras razões possíveis para a resolução do problema apresentado.

Presença de Dor

  • Elevação de 0 a 30 graus: nesta amplitude, não há estiramento das raízes que formam o nervo ciático. Portanto, a dor referida pelo paciente tem outra causa;
  • Elevação de 30 a 70 graus: já há estiramento das raízes lombossacrais, considerando-se Sinal de Lasègue Positivo se o paciente relatar dor na região delineada pelo nervo ciático.
  • Acima de 70 graus: não há reflexo adicional no nervo, ainda sendo considerado que o Sinal de Lasègue é positivo. Mas, se o paciente relata dor somente a partir desta elevação, não há sugestão que a causa da dor sentida seja vinda do nervo ciático, devendo-se investigar outras razões. A dor referida neste grau de amplitude é especialmente útil para diferenciar a dor proveniente do quadril em relação à lombar. Muitas vezes também está relacionada ao encurtamento da musculatura isquiotibial.
Teste de Lasègue

Diagnóstico da Dor Lombar pela compressão do Nervo Ciático

Na avaliação clínica, mais movimentos realizados pelo profissional reforçam a origem ciática se ao relaxar a perna, diminuindo novamente a tensão sobre o nervo, há alívio da dor. Ou ainda, se a dor piorar quando o pé for flexionado.

Nesse sentido, é favorável realizar o Teste de Lasègue na outra perna saudável também, para afastar outras hipóteses como, por exemplo, encurtamento muscular que gera uma dificuldade de alongamento.

É baixa a probabilidade de que a perna assintomática responda positivo ao teste. Quando acontece o Sinal Cruzado ou Sinal de Lasègue Contralateral positivo é uma indicação de que a hérnia de disco é volumosa ou há a possibilidade da existência de algum fragmento livre dentro do canal vertebral.

Um movimento de flexão do joelho é útil para diferenciar a dor ciática da dor na articulação coxo-femoral.

É importante salientar que o Sinal de Lasègue é apenas um recurso entre várias análises que o médico especialista em coluna pode recorrer para avaliar o paciente.

O diagnóstico é complementado com exames de imagem, preferencialmente a ressonância magnética, que identifica com mais precisão a hérnia de disco e detalhes das estruturas ósseas e tecidos moles.

Já o Raio X é útil para avaliar deformidades e alterações estruturais na coluna, auxiliando na conduta terapêutica a ser adotada para o tratamento.

Cada indivíduo é único e o tratamento deve levar em consideração todo o histórico e estilo de vida apresentados.

Sinal de Lasègue Invertido

O teste de Lasègue com a perna estendida produz reflexos nas raízes lombossacras de L5 e S1 e, parcialmente da raiz de L4, não alcançando as raízes lombares superiores.

O Sinal de Lasègue Invertido ou Teste do Estiramento do Nervo Femoral serve para avaliar as raízes lombares superiores (L2, L3 e L4).

O procedimento consiste em deitar relaxadamente o paciente de bruços (barriga para baixo) ou lateralmente e o especialista em coluna flexionar o joelho.

Considera-se Sinal de Lasègue Invertido Positivo quando o paciente relata dor na parte anterior da coxa, o que pode significar compressão das terminações nervosas lombares superiores e possível presença de hérnia de disco ou outras condições nesta região.

Qual o tratamento para Dor Ciática?

O tratamento conservador é sempre o mais indicado e consiste em:

  • Mudança na rotina com a prática de atividade física e fortalecimento muscular;
  • Evitar carregar peso;
  • Dieta equilibrada e peso regular;
  • Repouso relativo;
  • Reeducação postural;
  • Analgésicos e anti-inflamatórios receitados pelo médico, entre outras recomendações.

A cirurgia na coluna raramente é necessária. Ainda assim, atualmente existem técnicas modernas conhecidas como cirurgias minimamente invasivas da coluna que oferecem menos agressão ao corpo e, portanto, menos riscos.

Tem indicação cirúrgica os casos refratários – quando não se tem resposta ao tratamento conservador, e casos de urgência como a Síndrome da Cauda Equina que ocorre quando as raízes nervosas abaixo da medula espinhal são danificadas, comprometendo a mobilidade e a sensibilidade da pelve e dos membros inferiores.

A consulta com o médico especialista em coluna é importante para avaliar o Sinal de Lasègue junto a outras análises e contemplar um diagnóstico adequado para adotar o melhor tratamento ao paciente.

 

Publicações científicas:

Sociedade Brasileira de Coluna – https://www.coluna.com.br/
AO SPINE – https://aospine.aofoundation.org/
Sociedade norte americana de cirurgia de coluna – https://www.spine.org/

 

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