Escoliose Congênita

Escoliose Congênita: O que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

A escoliose congênita é uma deformidade estrutural relacionada a um problema congênito que afeta a formação da coluna. As vértebras podem ter sua formação incompleta ou até fusionadas entre elas.

Na escoliose congênita, a deformidade já pode ser visível desde o nascimento da criança, pois há uma malformação óssea congênita associada – mas em alguns casos podem não ser percebidas até a fase de crescimento.

A incidência é estimada em 0,5 a 1 por cada 100 nascimentos. É mais frequente no sexo feminino.

escoliose congenita

Causas da escoliose congênita

A malformação óssea presente na escoliose congênita ocorre ainda na fase intra-útero (3 a 8 semanas de gestação) e a escoliose pode piorar com o passar dos anos da criança, principalmente na época do estirão de crescimento. A história familiar concordante neste caso é rara, estando presente em apenas 1% dos doentes.

Além da malformação das vértebras e placas de crescimento da coluna, pode haver também fusão das costelas (arcos costais) e sintomas respiratórios na evolução.

Quadros graves da doença podem limitar a mobilidade da coluna e reduzir o espaço do tórax e sistema cardiorrespiratório, impedindo o devido funcionamento destes. A literatura médica demonstra grande associação com malformações em outros órgãos nesses pacientes, que também ocorrem na fase intra-útero (malformações cardíacas, renais, gastrointestinais, etc).

A escoliose congênita tem três tipos: falha de formação, falha de segmentação e mistas

Falha de formação

Ocorre quando uma parte da vértebra não se desenvolve, e esta apresenta o seu crescimento assimétrico (ex.: hemivértebras, vértebras em cunha, etc);

Falha de segmentação

Quando uma vértebra não se separa da outra durante o desenvolvimento, e duas ou mais acabam se unindo em apenas uma (ex.: barras, vértebras em bloco, etc);

Mistas

Combinação de falha de formação + falha de segmentação (ex.: hermivértebra + barra).

Diferente da escoliose idiopática ou neuromuscular que estão frequentemente em curvas “S” ou “C”, a escoliose congênita se apresentará de maneira diferente para cada indivíduo.

As curvas terão um segmento curto e angulação aguda. Dependendo da quantidade de malformações e de sua distribuição, pode muitas vezes ficar estacionada (curva não progressiva) ou evoluir (curva progressiva). Por isso é necessária uma avaliação correta para evitar progressão da curva e eliminar ou diminuir os riscos.

Sintomas

Na escoliose congênita, existem alguns sinais típicos da doença, como:

  • Ombros e quadris assimétricos e desnivelados;
  • Tamanho desigual dos membros inferiores. Por exemplo, uma perna mais cumprida que outra;
  • Cintura desviada para um dos lados do corpo;
  • Mamilos assimétricos;
  • Costelas e escápulas salientes apenas em 1 dos lados do tórax.

Diagnóstico

Na avaliação é importante uma história clínica bem detalhada, com os antecedentes pré-natais, possíveis complicações no parto bem como os antecedentes neonatais. Ainda são analisadas a história familiar, etapas do desenvolvimento motor do paciente bem como uma revisão geral de todos os órgãos.

É realizado um exame neurológico minucioso da coluna vertebral, alterações cutâneas, deformidades torácicas bem como nas genitais, mãos e pés.

É possível ter complicações respiratórias, mas estas têm coligação com a gravidade da escoliose congênita. Outras deformidades estão relacionadas com a escoliose congênita, como:

  • Pé de boto;
  • Deformidade de Sprengel;
  • Deformidade de Klipplel-Feil;
  • Deformidades dos membros.

É necessário procurar o tratamento na percepção de qualquer deformidade ou assimetria na coluna. Em caso de diagnóstico positivo, é necessário buscar um médico qualificado no tratamento de escoliose congênita.

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Tratamento da Escoliose Congênita

O principal tratamento para a escoliose congênita é prevenir a deformidade grave. Nisso, o sucesso do tratamento está principalmente no diagnóstico precoce, para que seja realizada a prevenção do aumento da curvatura e de possíveis complicações neurológicas.

No tratamento conservador, as consultas são regulares para o acompanhamento da curva e detecção precoce de sua progressão, e devem ser mais frequentes nos primeiros 4 anos de vida bem como nos anos iniciais da adolescência.

É indicado, em alguns casos, a utilização de órteses em curvas secundárias/flexíveis, após a avaliação clínica rigorosa de casos selecionados.

No entanto, a eficácia das órteses é menos eficiente na escoliose congênita, comparativamente à escoliose idiopática.

A indicação cirúrgica para a escoliose congênita se impõe em curvas acentuadas e progressivas, para prevenir a deformidade potenciais complicações cardio-respiratórias no futuro.

A cirurgia busca o realinhamento da coluna vertebral e impedir a progressão da curva, enquanto proporciona o crescimento normal da coluna tanto quanto possível.

Prognóstico

A escoliose congênita é uma doença que pode causas sintomas dolorosos e até sintomas neurológicos. Nem sempre é possível a sua detecção ao nascimento. Quando isso ocorre, o tratamento durante os primeiros quatro anos de vida é fundamental para impedir a progressão da curva e aumentar a qualidade de vida da criança.

Já a cirurgia, é indicada normalmente mais tardiamente, visando corrigir e estabilizar a deformidade.

É importante que os pais se atentem a qualquer reclamação do filho sobre dores nas costas ou dificuldade de manter a postura, bem como possíveis diferenças nos ombros e membros inferiores.

A consulta com o ortopedista de coluna é necessária para o diagnóstico precoce visando um bom tratamento ortopédico para a escoliose congênita.

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