A fratura na coluna vertebral geralmente ocorre após traumatismos de alta energia, como quedas de altura, acidentes automobilísticos, etc.
Elas também podem ocorrer sem traumatismo importante em pacientes que apresentam condições que enfraquecem os ossos (ex.: osteoporose, doenças ósseas metabólicas e neoplasias).
O local mais comum de fraturas é a região tóraco-lombar (T12-L1) por ser um local de transição entre uma região mais rígida (coluna torácica) e uma região mais móvel (coluna lombar). Nos pacientes politraumatizados e em traumas de alta energia, é muito comum haver lesões associadas (pulmonares, abdominais e outras fraturas).
Os tipos de fraturas da coluna são divididos de acordo com os mecanismos de trauma em: fraturas por compressão, explosão, flexão-distração, e fratura-luxação. Outros termos que o seu médico pode usar para descrever uma fratura incluem “estável” e “instável”. A estabilidade da fratura é importante na decisão do tratamento e é determinada por alguns parâmetros clínicos e radiográficos.
Para entendermos melhor os tipos e gravidades das fraturas, é importante sabermos o conceito das “3 colunas de Denis”.
Analisando a coluna vertebral de perfil (olhando de lado), podemos dividí-la em 3 colunas.
Esta é a parte fundamental da estabilidade da coluna vertebral. É a metade de trás do corpo vertebral e disco intervertebral. Há um ligamento na parte posterior do corpo vertebral chamado ligamento longitudinal posterior; que também faz parte da coluna média. Se há uma fratura na coluna média associada a coluna anterior, a lesão é mais instável.
Todas as partes da vértebra que estão atrás da coluna média compõe a coluna posterior. Isso inclui os pedículos, lâmina, articulações e processo espinhoso.
O conceito de três colunas faz com que seja mais fácil de visualizar a extensão e gravidade da fratura da coluna. Por exemplo, se a fratura só afeta a coluna anterior, a estabilidade da coluna vertebral pode ser suficiente para sustentar o peso do corpo. Quando as outras colunas estão fraturadas, já existe algum grau de instabilidade.
As fraturas estáveis geralmente não causam deformidade da coluna vertebral ou lesões neurológicas associadas. São fraturas que permitem um tratamento conservador e não invasivo.
Já as fraturas instáveis, são lesões que determinam uma deformidade significativa na coluna (cifose, perda de altura, lesão ligamentar, etc…) ou determinam algum déficit neurológico associado (compressão do canal por fragmento, lesão radicular, etc…). As fraturas instáveis têm chance de progredir e causar mais danos. Nesses casos, normalmente o tratamento conservador não consegue restaurar a função normal da coluna vertebral.
Os sintomas das fraturas da coluna vertebral e a gravidade da apresentação clínica variam de acordo com o tipo e localização da fratura. Os sintomas também estão relacionados à presença ou não de acometimento das estruturas neurológicas.
É muito importante passar em avaliação médica após um acidente de alta energia como uma colisão automobilística, pois na suspeita de fratura da coluna muitas lesões associadas podem estar presentes.
O sintoma mais comum e inicial geralmente é a dor local ou até inchaço na região da coluna vertebral.
Se a fratura vertebral está comprimindo um nervo ou a medula espinhal, você pode ter sintomas neurológicos, tais como:
As fraturas da coluna vertebral que apresentam complicações neurológicas são consideradas graves, por isso, se você tiver qualquer um dos sintomas neurológicos acima, mesmo sem dor, é fundamental consultar um médico o mais rapidamente possível.
Nas fraturas por compressão devido a osteoporose, muitas vezes podem ocorrer múltiplas fraturas e poucos sintomas. Nesses casos o diagnóstico pode ser tardio e o paciente já pode apresentar algum grau de deformidade em cifose (corcunda na coluna).
Primeiramente é importante uma boa avaliação médica com história clínica detalhada do início e mecanismo da lesão.
O exame físico realizado pelo seu médico irá determinar a necessidade ou não de exames complementares.
Quando há necessidade de complementação com exames de imagem, os mais importantes são as radiografias, tomografia e ressonância magnética.
As radiografias simples permitem visualizar bem as estruturas ósseas, alinhamento da coluna e integridade dos corpos vertebrais.
A tomografia permite um maior detalhamento dessas estruturas ósseas e pode ser solicitada na dúvida diagnóstica, na avaliação de estabilidade ou no acompanhamento do tratamento.
Já a ressonância magnética, permite melhor visualização de estruturas neurológicas, ligamentares e discais. A ressonância também auxilia na diferenciação entre fraturas agudas e crônicas.
A maioria dos casos podem ser diagnosticados e adequadamente tratados apenas com radiografias simples, principalmente fraturas estáveis e sem comprometimento neurológico.
Entretanto, a correta indicação dos exames e necessidade ou não de estudos adicionais deve ser individualizada para cada paciente e determinada pelo médico assistente.
O uso de medicações analgésicas, anti-inflamatórias e relaxantes musculares é importante na fase aguda devido à presença de mediadores inflamatórios na região da fratura. As medicações permitem maior conforto para o paciente até que haja consolidação óssea e resolução do processo inflamatório. Normalmente o tratamento medicamentoso é prescrito por pouco tempo e deve ser adequadamente ajustado por um médico.
Os coletes são muito importantes no tratamento de fraturas estáveis e sem critérios de indicação cirúrgica. Existem diversos modelos de colete para coluna de acordo com o nível da fratura e devem ser ajustados sob medida para cada paciente. Geralmente os coletes são mantidos até a consolidação completa da fratura.
O tratamento cirúrgico para as fraturas da coluna é reservado para uma minoria dos casos. Ele está indicado nas lesões instáveis ou que apresentam lesão neurológica associada. Existem diversas opções de tratamento cirúrgico, desde procedimentos minimamente invasivos (fixações percutâneas, cifoplastia, etc…) até procedimentos abertos tradicionais (artrodese anterior, artrodese posterior, etc…). O tipo de tratamento cirúrgico necessário para cada caso deve ser indicado por um médico especializado.
Após o procedimento, a recuperação dependerá da extensão da cirurgia, uma vez que isto é avaliado pelo ortopedista de coluna durante o acompanhamento inicial do paciente.
Caso seja minimamente invasiva, o processo de reabilitação consiste em sessões de fisioterapia para a recuperação de força muscular, além de trabalhos posturais, que auxiliem no dia a dia do paciente.
No entanto, em cirurgias com um grau mais elevado de complexidade, é preciso de um período de repouso, assim como a avaliação mensal de um ortopedista de coluna, combinada com o acompanhamento fisioterapêutico para a reabilitação correta.
Telefone: (11) 3459-2128
Whatsapp: (11) 95020-1592