Espondilolistese é quando uma vértebra escorrega para a frente sobre a vértebra abaixo dela. Este deslizamento gera desalinhamento da coluna, predispondo o paciente a desenvolver desvios posturais e sentir dores constantes na região das costas, além de formigamentos, dores na perna e pequenos espasmos na região da coluna lombar, local mais comum de ocorrer a espondilolistese. Alguns casos de espondilolistese leve podem ser assintomáticos por anos, sendo simples achados de exames de imagem.
O termo espondilolistese é derivado da língua grega: “espondilo” – vértebra; “listese” – escorregar e existem vários fatores para sua ocorrência.
A causa mais comum de espondilolistese são as ocasionadas por um defeito (fratura óssea) em uma área específica de suporte da coluna (“pars interarticularis” – espondilolistese ístmica) ou ao longo do tempo pelo desgaste das articulações (espondilolistese degenerativa).
Geralmente se desenvolve na região lombar da coluna vertebral. A coluna lombar é exposta a pressões direcionais em flexão/ torção enquanto estamos em pé, andando ou em atividade.
Em outras palavras, enquanto sua coluna lombar está em movimento e suportando o peso corporal, ela também se movimenta em direções diferentes, como por exemplo, girar e flexionar. Essa combinação faz com que a tensão excessiva da vértebra e/ ou estruturas de suporte levem uma vértebra a deslizar para a frente sobre a vértebra que está abaixo, quando alguma estrutura estabilizadora falhar.
São 6 tipos de espondilolistese, conforme abaixo:
A espondilolistese é classificada em cinco graus, de acordo com a porcentagem de escorregamento da vértebra sobre a vértebra abaixo, conforme demonstrado abaixo:
Os sintomas comuns de espondilolistese são dores na região lombar. Porém, muitos pacientes não apresentam sintoma algum e descobrem casualmente que apresentam a doença ao fazer algum exame de imagem, como o Raio X.
Nos pacientes com sintomas, esses são os mais comuns:
Se a espondilolistese está presente na família, principalmente os antecedentes diretos como o pai e mãe, o risco de desenvolver a doença é maior.
Algumas atividades são consideradas fatores de risco para desenvolver a espondilolistese como as praticadas por ginastas e levantadores de peso que tendem a colocar pressão e peso significativos na região lombar.
Os ginastas também fazem muitos movimentos de torção rápida no ar ao pular. Esse movimento aumenta a pressão substancialmente sobre a coluna vertebral e o problema poderá se desenvolver.
O diagnóstico para espondilolistese pode ser feito por meio de testes clínicos e análise do médico especialista em coluna, a fim de entender o grau e a origem da condição.
Exames de imagem são solicitados para embasar o diagnóstico e fazer com que o especialista em coluna determine o tratamento correto para que o paciente retome suas atividades normais, sem incômodo.
O médico ortopedista especialista em coluna solicitará exames de imagem para o melhor diagnóstico e tratamento da condição. Radiografias simples já demonstram o problema.
Muitas vezes incidências oblíquas são necessárias para verificar fraturas e falhas ósseas na região da pars interarticularis, como no caso da espondilolistese ístmica. Se o paciente apresentar outros sintomas associados, o médico irá complementar com exames mais detalhados além das radiografias (tomografia computadorizada e ressonância magnética).
O tratamento da espondilolistese é de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes. Muitos pacientes não apresentam sintomas e, portanto, apenas o fortalecimento muscular da região, a prática de atividades físicas e a boa postura são suficientes.
Porém, alguns exercícios são contraindicados para a espondilolistese. Dependendo do grau e local afetado, exercícios de hiperextensão, torção, flexão da coluna podem piorar o quadro, levando a um deslizamento maior da vértebra.
Os exercícios mais recomendados para a espondilolistese são os que fortalecem a musculatura, principalmente da região abdominal (CORE) e que preservem o alinhamento natural da coluna.
Nos pacientes com dor lombar ou eventualmente, dor irradiada para os membros, um tratamento de reabilitação mais intensivo será necessário.
A cirurgia da coluna para o tratamento da espondilolistese está reservada para uma minoria dos casos, onde há déficit neurológico associado e sem melhora com o tratamento conservador.
A fisioterapia auxilia no tratamento de espondilolistese, eliminando as dores do paciente e corrigindo posturas que podem desencadear outros quadros incômodos, de acordo com o estilo de vida da pessoa.
Em grande parte dos casos, a espondilolistese pode ser tratada com terapias que auxiliam no fortalecimento dos músculos que estabilizam a coluna (CORE, paravertebral, assoalho pélvico, cadeia posterior, etc).
Contudo, em alguns casos de compressão neural e dor aguda na região ou irradiada, a infiltração na coluna pode ser muito positiva como adjuvante no tratamento da espondilolistese.
A infiltração ou bloqueio na coluna é um tratamento minimamente invasivo aplicado em pontos específicos que permite uma melhora rápida do processo doloroso e um retorno mais rápido à reabilitação motora e fortalecimento da região. Sua indicação é específica para alguns casos e deve ser determinada pelo médico.
A cirurgia clássica para o tratamento da espondilolistese é feita por meio de técnicas que envolvem a artrodese da coluna (fusão vertebral). Este procedimento tem por objetivo restaurar as funções da coluna e dar uma maior estabilidade à estrutura.
Existem também outros procedimentos minimamente invasivos que podem ser indicados em alguns casos selecionados. No entanto, cabe a avaliação e orientação de um médico especialista em coluna para o direcionamento correto do procedimento adequado.
A cirurgia para espondilolistese é indicada quando o tratamento conservador não foi suficiente, há dor crônica (local ou irradiada para os membros) e/ ou déficit neurológico (perda de força), devolvendo ao paciente condições para voltar aos esportes, inclusive em nível profissional.
Para dúvidas e mais esclarecimentos, agende uma consulta.
Sociedade Brasileira de Coluna – https://www.coluna.com.br/
AO SPINE – https://aospine.aofoundation.org/
Sociedade norte americana de cirurgia de coluna – https://www.spine.org/
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A espondiloliatese na região cervical é perigoso ? Tenho deslizamento pequeno da vértebra C5 sobre a C6 . Existe risco de déficit neurológico ? Devo me preocupar com os movimentos ?
Obrigada !
Olá Perla! Essa é uma alteração que por si só não deve levar a motivo de preocupação, principalmente se for uma espondilolistese leve (grau I). O risco de um déficit agudo é mínimo e apenas com traumatismos de alta energia. Mas é importante você passar em avaliação médica e fazer um acompanhamento regular.
Não é possível reverter o deslizamento sem cirurgia?
Olá José Santos! Não. Porém é possível ficar sem sintomas com o tratamento clínico bem indicado.
Tenho escorregamentos da L5 sobre S1 e estou sentindo muitas dores a mais de 7 dias. Devo me preocupar ?? O que devo fazer ?
Olá Rai! O escorregamento vertebral, ou espondilolistese, pode evoluir com períodos de crises dolorosas intermitentes ou até mesmo ser assintomático. Sempre é importante fazer uma avaliação médica para saber se o quadro está estável (não houve mais escorregamento ou estreitamento do canal) e tratar os sintomas prevenindo novas crises. Se as dores já duram alguns dias seria interessante marcar essa avaliação.
Minha mãe tem problema de coluna, ja passou em varios médico e nunca melhorou, nenhum medicamento receitado ate hoje não passa as dores, hoje ela esta totalmente torta para um lado e chora de dores, ela diz que sente que as costelas dela estão se fechando.
isso pode acontecer de fato Dr. o que podemos fazer?
Não aquento mas ve minha mãe sofrer isso ja faz 3 anos.
Olá Elisia! Em alguns casos a deformidade pode realmente progredir e ter uma rotação das costelas associada. O ideal seria fazer uma avaliação com exame físico e imagens para determinar a melhor abordagem para o caso dela.