Escoliose é uma curvatura anormal da coluna para um dos lados que pode ser notada quando olhamos as costas.
A coluna vertebral é alinhada, reta. Na escoliose, ela forma uma curvatura em “C” ou “S”.
É importante entender que não é a postura corporal inadequada que causa a escoliose idiopática, mas a curvatura da coluna causada pela escoliose que é responsável pela má postura.
Tipos de escoliose | Como identificar a escoliose? | Tratamento Conservador | Cirurgia de Escoliose | Perguntas frequentes |
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Na escoliose congênita, já nasce com o indivíduo. É uma malformação óssea, cuja deformidade já pode ser visível desde o nascimento da criança, mas em alguns casos, pode não ser percebida até a fase de crescimento.
A escoliose neuromuscular tem natureza neurológica ou muscular.
Geralmente, surge em decorrência de doenças neurológicas, como a paralisia cerebral – a mais comum.
Outras causas comuns são a artrogripose, distrofia muscular, mielomeningocele e traumatismo raquimedulares.
Escoliose Degenerativa
Surge na fase adulta, com o avanço da idade, decorrente da degeneração de discos da coluna vertebral e de suas articulações. Ou devido a lesões como fraturas e osteoporose.
Entre os tipos de escoliose, a mais comum é a escoliose idiopática, que é um termo médico sinônimo de “sem causa definida”.
Inicia-se mais comumente na fase da adolescência. A progressão da curva é mais comum durante a fase de estirão do crescimento e adolescência (até os 18 anos).
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% dos casos de escoliose são idiopáticos e a maior parte são curvas pequenas.
Em curvas mais avançadas, pode limitar a mobilidade da coluna e até mesmo, reduzir o espaço dentro do tórax, podendo levar a alguma restrição cardiorrespiratória.
A escoliose é uma patologia que na maioria dos casos é assintomática, porém, conforme a progressão, podem evoluir os sintomas.
A escoliose idiopática ainda se classifica de acordo com a idade de início:
A maior parte dos casos – cerca de 80%, é idiopático, ou seja, as causas não podem ser completamente esclarecidas (embora fatores hereditários sejam apontados como possíveis explicações). Esse tipo de escoliose pode surgir em qualquer fase da vida e pode, inicialmente, não apresentar sintomas.
Quando é possível identificar o agente causador, a escoliose pode ser classificada em quatro tipos:
+ Médico especialista em coluna
Em alguns casos, a escoliose é assintomática no início e, muitas vezes, não é visualmente perceptível, pois grande parte dos casos são curvas leves e até curvas duplas (que se compensam no exame físico). Por isso, é comum que pessoas acometidas só busquem tratamento quando a curvatura da coluna se mostra bastante alterada.
A escoliose pode ainda afetar o funcionamento de órgãos vitais, como os o coração e os pulmões. Isso pode ocorrer em curvas avançadas, geralmente acima de 90º.
Um dos sinais típicos da escoliose é a alteração da postura lateral, ou seja, um desvio na coluna que se mostra quando observamos a pessoa de frente ou de costas.
Além disso, pode ser possível notar um desalinhamento do quadril e dos ombros ou ainda a sensação de que uma perna é maior do que a outra. Outros sinais também podem ser indícios da escoliose, entre eles:
É um diferencial ao bom prognóstico do paciente portador de escoliose, a constante observação. Nas crianças, os pais devem observá-las desde cedo.
Para a escoliose idiopática que se manifesta na infância e adolescência, o teste de Adams, que flexiona o tronco para frente e para baixo, é bastante útil para o diagnóstico precoce.
Esse exame é realizado em poucos segundos e permite a identificação de desvios anormais no alinhamento da coluna bem como perceber assimetrias no tronco, como, por exemplo, um lado das costas ser mais alto que o outro. Em curvas leves pode ser normal e imperceptível.
O exame físico é parte importante no diagnóstico, pois irá avaliar sinais específicos de escoliose (inspeção, palpação, medições, exame neurológico e manobras especiais).
O histórico clínico detalhado junto com o histórico familiar com informações sobre o crescimento do paciente, é importante para o devido diagnóstico.
O médico especialista em coluna conseguirá atribuir o diagnóstico através de exames de observações posturais, ortopédicas e de exames de imagens como radiografias panorâmicas, ou outros exames, quando necessário. De acordo com as características do quadro e com a situação clínica do paciente, diferentes abordagens podem ser adotadas para corrigir o desvio postural.
Boa parte dos casos da escoliose idiopática diagnosticada na adolescência é leve, e o tratamento baseia-se em observação médica regular e reabilitação motora.
Caso a escoliose seja leve, a alteração da coluna pode até estar associada aos sintomas de fraqueza e/ ou encurtamento muscular.
O tratamento mais preconizado e conservador é a fisioterapia a partir de técnicas como a Reeducação Postural Globalizada (RPG), com exercícios que alongam e fortalecem a musculatura mantendo o equilíbrio da coluna vertebral.
Em alguns casos, também é recomendada a prática de exercícios físicos de fortalecimento como a musculação, alongamento e também o Pilates, visando também a correção de postura. Exercícios na água são excelentes porque diminuem o atrito (hidro, natação, etc.).
No entanto, devem ser evitados os exercícios que sobrecarregam demais a coluna, como o agachamento com barra e exercícios repetitivos de flexão/extensão do tronco com pesos. Exercícios isométricos de fortalecimento do CORE e musculatura paravertebral são excelentes.
Medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares raramente são necessários, mas podem ser prescritos para dar conforto e melhorar a qualidade de vida do paciente com escoliose idiopática, em algumas situações.
Na maioria dos casos da escoliose idiopática adolescente o tratamento é feito de acordo com a magnitude da curva e o potencial de crescimento do paciente.
Em caso de escoliose leve (curvatura até 20 graus), o tratamento é a correção postural, exercícios específicos para coluna e constante reavaliação clínica e radiográfica para perceber as mudanças. O acompanhamento médico e fisioterapêutico é fundamental.
Quando a curvatura é um pouco maior (20 a 40 graus) e o paciente está em fase de crescimento (cartilagem de crescimento aberta), é recomendado o uso de órteses/ coletes para evitar uma progressão acelerada da curva (apenas durante a fase de crescimento).
Os coletes para coluna mais usados para escoliose idiopática são:
A seleção de cada colete depende de vários fatores, como grau da curva, posição da curva (onde está o ápice da curva), entre outros que são avaliados devidamente pelo especialista em coluna.
No entanto, é importante saber: o colete para a coluna nem sempre reduz a curva.
O papel do colete é diminuir a progressão da curva, fazendo com que ela não avance rapidamente durante o estirão do crescimento do paciente.
Durante o crescimento da criança e/ ou adolescente, o colete é ajustado. À medida que os pacientes vão crescendo, os apoios e tamanho devem ser mudados.
Esse acompanhamento deve ser regular com o médico especialista e radiografias seriadas com colete são solicitadas.
A cirurgia para a escoliose começa a ser recomendada quando as curvas são maiores do que 40 a 45 graus e continuam a progredir; e para a maioria dos pacientes com curvas maiores que 50 graus.
Essa avaliação sempre deve ser feita em conjunto com o exame físico do paciente e deve ser avaliada criteriosamente caso a caso.
O objetivo da cirurgia é reduzir a curva e evitar a progressão da deformidade.
Curvaturas graves (maior que 50 graus) são mais propensas a progredir na vida adulta.
Quando uma curva progride para 70-90 graus, ela não só determina uma deformidade muito severa, mas muitas vezes pode resultar em comprometimento cardiopulmonar, por diminuir o espaço disponível para os pulmões e o coração.
Normalmente, cerca de 50% ou mais de correção, pode ser obtida com a cirurgia utilizando sistemas de instrumentação (materiais cirúrgicos) modernos. Esses materiais utilizados são compostos por parafusos, ganchos e hastes metálicas com o objetivo de manter a coluna alinhada.
Uma vez que ocorre a fusão óssea após a cirurgia, a coluna vertebral não se move naquele segmento e a curva para de progredir. Geralmente não é necessária a remoção dessas hastes e parafusos.
Como é o pós-operatório da cirurgia de escoliose?
Após a cirurgia da escoliose, os pacientes geralmente começam a sentar na cama no dia seguinte e andar no segundo dia após a cirurgia.
O tempo de internação hospitalar total é geralmente de 3 a 4 dias. Os pacientes podem voltar para a escola/trabalho cerca de 2 a 3 semanas após a cirurgia, mas sua atividade esportiva deve ser limitada até a consolidação óssea da cirurgia (fusão/artrodese). Esse tempo leva de 4 a 6 meses. As demais atividades são liberadas.
Preciso usar algum colete ou ficar imóvel depois da cirurgia?
Não. Não há necessidade de coletes após a cirurgia, muito menos deixar de fazer sua atividade habitual. Entretanto, é importante notar que alguns movimentos podem ser um pouco limitados e até causar dor nos primeiros três meses após a cirurgia. Esses movimentos são o de flexão total da coluna (dobrar a coluna para a frente), levantamento de pesos e torção do tronco (girar o tronco com o quadril parado).
Como é feito o acompanhamento após a cirurgia?
Geralmente o paciente é acompanhado com exames periódicos de raio-x para avaliar a consolidação óssea (fusão) da cirurgia até os primeiros 6 meses da cirurgia. Após este período o acompanhamento é anual. Uma vez que o osso teve uma fusão sólida, nenhum outro tipo de tratamento é necessário.
Como é a vida após a consolidação da cirurgia?
Os pacientes podem retomar níveis normais de atividade após a consolidação da cirurgia e não há limitações residuais. Pacientes do sexo feminino podem engravidar normalmente e até ter parto normal.
A fisioterapia é extremamente necessária para estabilizar a musculatura do paciente, e por isso, causa melhora das dores e aumento da qualidade de vida.
Em escolioses idiopáticas de ângulos leves (até 20 graus), é possível controlar bem os sintomas e ter um ótimo resultado funcional.
É necessário garantir a proteção para todas as estruturas da coluna vertebral, assim, deve-se:
Caso o paciente apresente alterações funcionais e dores constantes na coluna, além de assimetria nos ombros, procure o acompanhamento ortopédico.
O fundamental é o diagnóstico precoce para um tratamento mais efetivo e menos invasivo.
O melhor é consultar o médico ortopedista da coluna com experiência em escoliose para fazer uma avaliação com o especialista.
Para dúvidas e mais esclarecimentos, agende uma consulta.
Boa parte dos casos de escoliose podem ser estabilizados. Dependendo da localização, do tipo e do nível da curvatura, o tratamento com fisioterapia e reeducação postural pode resultar em ganhos estéticos e funcionais significativos.
Como a escoliose pode ter diferentes causas, nem sempre é possível evitar sua ocorrência. No entanto, alguns hábitos podem diminuir as chances de +um desalinhamento surgir ou se agravar.
Manter a postura correta, em especial ao carregar objetos pesados ou quando precisar ficar em uma mesma posição por um período prolongado, é um dos fatores essenciais para reduzir a pressão exercida sobre a coluna vertebral e minimizar o desgaste.
Realizar exercícios físicos supervisionados também pode minimizar o risco de surgirem desvios.
Além disso, é importante consultar um médico especialista assim que notar os primeiros sinais de anormalidades na coluna. Esse profissional é capacitado para fornecer orientações e, se necessário, solicitar exames para verificar a presença de qualquer anormalidade.
Sociedade Brasileira de Coluna – https://www.coluna.com.br/
AO SPINE – https://aospine.aofoundation.org/
Sociedade norte americana de cirurgia de coluna – https://www.spine.org/
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estou a procura de um médico,pra avaliar o meu filho.
Olá Marli! Ficamos à disposição. Por favor entre em contato para maiores informações (11) 95020-1592.
Parabéns pelo artigo, Dr Luciano. Bastante esclarecedor.
Muito obrigado Naasson! Estamos à disposição