23 dez Artrodese da Coluna
Artrodese da Coluna – Técnicas Atuais e Quando Fazer a Cirurgia
Artrodese da Coluna é uma cirurgia que tem por objetivo estabilizar a coluna e reduzir as dores, através de uma fusão em duas ou mais vértebras da coluna vertebral. A causa mais comum para a recomendação da cirurgia é quando o tratamento conservador não foi suficiente para a melhora do quadro clínico do paciente e existe uma instabilidade local ou deformidade na coluna vertebral.
Quando a Artrodese da Coluna é indicada?
É importante destacar que a cirurgia de artrodese da coluna é indicada após se esgotarem as tentativas com o tratamento conservador como, fisioterapia, atividade física, fortalecimento muscular, medicamentos e procedimentos com técnicas de cirurgia minimamente invasiva da coluna.
Portanto, geralmente será indicada para tratar casos como os abaixos:
- Dores persistentes ou incapacitantes;
- Instabilidade e alinhamento da coluna;
- Deformidades da coluna, como graus avançados de escoliose ou cifose;
- Espondilolistese;
- Riscos de progressão da doença;
- Fraturas;
- Tumores;
- Infecções.
Frequentemente, é associada a outros procedimentos para estenose do canal vertebral ou hérnia de disco.
Como é a cirurgia de Artrodese da Coluna? Quais os tipos?
A cirurgia de artrodese da coluna implica em fundir duas ou mais vértebras com parafusos, hastes metálicas, conectores e espaçadores biocompatíveis para reduzir a instabilidade da coluna, limitando o movimento entre as vértebras. Não há previsão da necessidade de retirada ou substituição dos implantes.
O enxerto ósseo também faz parte do processo para conectar as vértebras, podendo vir do próprio paciente (autólogo), de um material sintético ou de banco de doação.
A cirurgia é realizada por uma incisão na pele e dissecção aberta ou percutânea da musculatura para alcançar as estruturas ósseas. Atualmente o uso de cages (materiais especiais utilizados para substituir o disco e manter a altura entre as vértebras) é muito recomendável, pois permitem maior estabilidade e a possibilidade de colocação de enxerto ósseo no interior. A associação de parafusos e hastes pode ser opcional em alguns casos de “cages” bloqueados.
ARTRODESE LOMBAR
A via de acesso cirúrgica por onde o cage será colocado, é que determina o nome da técnica:
1. ALIF (Anterior Lumbar Interbody Fusion)
Denominada de artrodese anterior porque a via de acesso é feita pela frente, pelo abdome. A vantagem é a preservação de toda musculatura lombar posterior quando necessária, além de criar maior área óssea para artrodese, pois permite alcançar diretamente o disco e em grande extensão. Também, é considerada essa via de acesso para revisar possível cirurgia feita pela via posterior que não resultou em fusão óssea suficiente.
2. PLIF (Posterior Lumbar Interbody Fusion) e TLIF (Transforaminal Lumbar Interbody Fusion)
É uma técnica minimamente invasiva, de pequenas incisões com colocação por via posterior (pelas costas). O TLIF é uma variação do PLIF, pois entra por outra via, mas ainda posterior. Utilizado quando é preciso evitar o acesso anterior e com riscos de complicações associadas.
3. LLIF (Lateral Lumbar Interbody Fusion) e XLIF (X-treme Lateral Interbody Fusion)
Abordagem minimamente invasiva que evita maiores danos na musculatura posterior. Realizada por meio de uma incisão que atravessa o abdômen por via lateral e onde são colocados tubos dilatadores para acessar a coluna de forma a não lesar os tecidos no percurso.
4. OLIF (Oblique Lumbar Interbody Fusion)
Neste procedimento, o médico cirurgião da coluna acessa a coluna por um corredor entre o músculo psoas e o peritônio. Os músculos psoas permitem o movimento e a flexibilidade das costas, pelve, pernas e quadris, unindo a parte inferior das costas ao fêmur. O peritônio é a membrana que reveste a cavidade abdominal.
ARTRODESE DORSAL (TORÁCICA)
Principalmente realizada pela via posterior e, especialmente indicada quando necessária, nas intervenções cirúrgicas de escoliose, fraturas com instabilidade mecânica e outros.
ARTRODESE CERVICAL
Pode ser realizada por via anterior ACDF (Anterior Cervical Discectomy and Fusion) ou por via posterior (parafusos de massa lateral). A indicação dependerá do local da compressão, mecanismo e etiologia da patologia, além da presença de deformidade associada.
A indicação de qual forma em qualquer procedimento, dependerá da avaliação do médico especialista em coluna e de acordo com cada caso específico.
O tempo de duração da artrodese da coluna vai depender da complexidade e da quantidade de segmentos a serem tratados. Em média, é de 2 a 3 horas.
Quais os riscos da cirurgia de Artrodese?
O avanço da tecnologia trouxe grandes progressos nas técnicas cirúrgicas da coluna vertebral e complicações como infecção e hemorragia, são menos prováveis com incisões cada vez menores. Na endoscopia da coluna, por exemplo, o corte tem menos de 1 centímetro.
Também, atualmente há equipamentos modernos que monitoram a atividade neurológica, alertando preventivamente qualquer possível dano aos nervos e medula espinhal.
Riscos de reação à anestesia ou ainda, a não fusão das vértebras são baixos.
Como é o pós-operatório?
Nas primeiras semanas após a cirurgia, é recomendado evitar carregar peso ou realizar esforço excessivo.
Possíveis incômodos no local onde houve a intervenção em até 4 semanas, pode ser tratada com medicação.
A atividade física mais pesada é liberada à medida que a cicatrização evolui e conforme orientação do médico especialista em coluna. A expectativa é de que não haja nenhuma restrição, após os resultados esperados da consolidação óssea, mais ou menos 4 meses.
Quando decidir pela cirurgia na coluna?
É importante ressaltar que poucos casos de problemas na coluna evoluem para uma cirurgia. Na grande maioria, é possível ser tratada com o acompanhamento médico, um bom programa de reabilitação física e medicamentos para o controle da dor.
O médico cirurgião especialista em coluna irá avaliar, junto ao paciente, o melhor momento para realizar a cirurgia de artrodese da coluna, considerando todo o histórico clínico, idade e expectativas do paciente.
Importância da reabilitação física para a coluna
Há muito tempo, a abordagem clínica para tratamentos de problemas na coluna vertebral tem sido investir na prevenção e poupar, ao máximo, o paciente de uma intervenção cirúrgica.
Além dos recursos disponíveis como medicamentos, infiltração na coluna e todas as técnicas menos invasivas, é imprescindível que o paciente realize um bom programa de reabilitação com atividade física e fisioterapia, para que haja correção postural e fortalecimento muscular da região, protegendo a coluna de uma sobrecarga e dos desgastes que acarretam nas estruturas ósseas e articulares, prevenindo doenças e lesões na coluna vertebral.
Para dúvidas e mais esclarecimentos, agende uma consulta.
Publicações científicas:
Sociedade Brasileira de Coluna – https://www.coluna.com.br/
AO SPINE – https://aospine.aofoundation.org/
Sociedade norte americana de cirurgia de coluna – https://www.spine.org/
Agende uma consulta com Dr. Luciano Pellegrino
Telefone: (11) 3459-2128
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